Atípica

Ivan Santos

Rodrigo Fonseca/CMC

Um dia depois da eleição, o assunto na sessão de ontem da Câmara Municipal de Curitiba foi o resultado da disputa e o que ele diz sobre o humor do eleitorado. Vereadores reeleitos ou não concordaram que os protocolos de distanciamento social em razão da pandemia do novo coronavírus impediram a campanha tradicional, de corpo a corpo com os eleitores. “Foi uma ano difícil, com uma eleição atípica”, resumiu Osias Moraes, do Republicanos, que dobrou a sua bancada na Casa Ele lamentou que seu colega de legenda, Dr. Wolmir Aguiar, não obteve a reeleição, ficando com a primeira suplência do partido, que ano que vem será reforçado pelo Pastor Marciano Alves.

Tensão
“Ontem tivemos um dia tenso, um dia nervoso”, comentou Herivelto Oliveira, reeleito pelo Cidadania, apesar da sua campanha pela internet ter sido prejudicada, na opinião do parlamentar, por uma ação do MDB na Justiça Eleitoral, tirando do ar seu perfil no Facebook perto do pleito. “Foi litigância de má-fé”, queixou-se.

Realidade
A eleição do jornalista Damien Couto (Pode) foi comentada pelo líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB) e por Mauro Bobato (Pode), ambos reeleitos, pois o comunicador ficou conhecido por criticar diversos aspectos do funcionamento do Legislativo. “Agora vai ser hora de ver a vida na prática”, disse Bobato, correligionário de Couto no Podemos. “Vai ser divertida a Câmara em 2021, vamos ver como será o discurso”, acrescentou o petebista.

Faixa etária
A média de idade dos vereadores eleitos é de 49 anos. O número é bastante próximo à média do pleito de 2016, de 50 anos, e da idade atual, 52 anos. Já na comparação entre os 18 rostos novos que farão parte do Legislativo em 2021 e os parlamentares reeleitos, a diferença aumenta. A média de idade dos novatos é de 43 anos. Dos 20 vereadores reeleitos, é de 54 anos. O mais jovem a tomar posse em 2021 será o jornalista Leônidas Dias (Solidariedade), eleito para o primeiro mandato no Legislativo aos 34 anos. Atrás dele, entre os mais novos, vêm outros estreantes: Amália Tortato (Novo) e Renato Freitas (PT) têm 36 anos; Alexandre Leprevost (PSC), Carol Dartora (PT), Eder Borges (PSD) e Indiara Barbosa (Novo), 37.

Suplentes
Nestas eleições de 2020, 14 candidatos não poderiam ser considerados “novatos” caso tivessem conquistado cadeiras na Câmara. O fato é que todos eles já exerceram a função de vereador, seja por breves períodos, substituindo colegas de partido, ou por até cinco mandatos completos. Concluída a apuração, nenhum dos ex-vereadores foi eleito para a próxima legislatura. Alguns, contudo, chegaram perto e ocupam as primeiras posições na lista de suplentes dos seus partidos políticos. É o caso de Paulo Salamuni, que é o primeiro suplente do Partido Verde, e já assumiu o cargo 7 vezes (entre mandatos e suplências), entre 1989 e 2016.

Experiência
Outro candidato experiente foi Ailton Araújo (PSL), que soma cinco mandatos na Câmara de Vereadores. Foram 4 eleições consecutivas, entre 1989 e 2004. Professor aposentado e pastor evangélico, foi deputado estadual entre 2003-2006 e retornou ao Legislativo Municipal para mais um mandato, entre 2013 e 2016, tendo sido eleito presidente da Casa no biênio 2015-2016. Ele saiu das urnas como o terceiro suplente do PSL.

Veterano
Com 4.747 votos, o vereador Tito Zeglin (PDT) foi reeleito para seu 9º mandato na Câmara. A marca o coloca como o parlamentar com maior número de mandatos na próxima legislatura – posição que ele já ocupa atualmente no Legislativo, com oito mandatos. Casado, com 66 anos, o vereador é jornalista e radialista, formado pela PUC-PR.”Eu, sinceramente, fico muito feliz, porque não é fácil ficar tanto tempo na Câmara e prestar um serviço como estou prestando”, comemorou ele.