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O jogador Endrick, da SE Palmeiras, comemora seu gol contra a equipe do Cruzeiro EC, durante partida válida pela trigésima oitava rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, no Estádio do Mineirão. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

O Brasileirão acabou na última quarta-feira, 6, com um desfecho digno de uma movimentada série de streaming com 38 episódios, onde acreditava-se que o principal protagonista até os capítulos finais sairia vitorioso com facilidade, mas acabou sucumbindo a um personagem visto até determinado momento como coadjuvante da temporada. Puro ”storytelling” com várias viradas de mesa, todas elas a meu ver, justas, e finais melancólicos.

FINAL MELANCOLICO PARA DUPLA ATHLETIBA

Uma goleada do Cuiabá, e derrota em casa para o Corinthians. Assim terminou a temporada para Athletico e Coritiba. Enquanto um amargou uma desclassificação para Libertadores em 2024, e acabou com a Sulamericana como prêmio de consolo, o outro terminou o fatídico ano de 2023 em um estádio vazio, já rebaixado e perdendo. Alguns fatores importantes no Coxa e interessantes contudo, foram a consistência das respostas do comandante Guto Ferreira na coletiva de imprensa, e a cancha que ele deu para jovens como Lucar Ronier, Thalisson Gabriel, Thiago Dombroski, Morisco e Eberth. Todos recém subidos da base.

Do lado athleticano, o Furacão foi presa fácil para o Cuiabá em um final de temporada que refletiu um 2023 de escolhas equivocadas no comando técnico pós-saída de Scolari e Turra. O Athletico agora promete corrigir os rumos no futebol, para que o ano do centenário seja coroado com o tri da Sula.
O que fica no fim das contas tanto para Coritiba como para Athletico, é que improvisos na beira do gramado refletem dentro e fora dele. Kosloski e Carvalho deram aquilo que estavam dentro de suas capacidades como técnico, e mesmo assim, ficara aquém que Coritiba e Athletico precisavam. O Coritiba, obviamente, com problemas bem maiores como a péssima gestão da SAF no futebol. Que 2024 traga bons voos para a dupla AthleTiba, menos improvisos e um final mais feliz.

PALMEIRAS CAMPEÃO, BOTAFOGO ”PIPOCA”

Se a meses atrás alguem afirmasse que o campeão brasileiro seria o Palmeiras, provavelmente quem teria feito tal afirmação seria visto como maluco, ou um palmeirense muito otimista. Foi título improvável, até porque por questão de semanas atrás, o Botafogo liderava soberano o campeonato. Foram 30 rodadas de liderança alvinegra, o melhor primeiro turno da história, e mesmo assim, não foi suficiente para que os cariocas terminassem ao menos entre os quatro primeiros. Injusto? O que vale em pontos corridos é liderar a última rodada, e o Botafogo fez do segundo turno uma verdadeira hecatombe. Troca de técnicos, queda de rendimento dos atletas, e descontrole de sua gestão em fazer o clube voltar para os trilhos.

O Palmeiras foi frio e calculista guiando o carro até o final de maneira segura e consistente. Melhorou seu desempenho jogo após jogo sob a batuta do competente Abel Ferreira, e acabou também ajudado pelo tropeço dos adversários. Merecido o décimo segundo título brasileiro alviverde. As reclamações de Textor em relação a arbitragem a visto do turno que o Botafogo fez acabou sendo digna de piadas feitas pelos palmeirenses e tratadas com ironia pela imprensa.

SANTOS REBAIXADO: VEXAME

O impossível também apareceu na parte de baixo da tabela. A queda do Santos é um fato histórico e de importante reflexão para o nosso futebol. Um ano após a morte do Rei Pelé, em uma edição que o homenageou, a expectativa era que no mínimo o legado do maior de todos os tempos seria respeitado, ainda mais, no time que o projetou e foi projetado por ele no mundo. Era impossível e inimaginável uma queda santista em 2023. Contudo, se olharmos para as últimas temporadas do Santos, o rebaixamento foi uma questão de tempo. Péssima gestão de Andrés Rueda, elenco sendo um dos piores da rica história do Peixe, e dívidas e mais dívidas financeiras. Derrubar para Série B uma camisa do tamanho da do Santos, é necessário muita ”competência” em ser incompetente, e incompetência e desrespeito ao maior time do futebol brasileiro, foi o que não faltou nos últimos anos, o que acabou ocasionando a surpreendente queda do time que revelou Pelé, Pepe, Coutinho, Robinho, Diego Ribas, Elano, Gabigol e Neymar.

SELEÇÃO DO BRASILEIRÃO DO CARRICA

Minha seleção dos melhores do Campeonato ficou assim:
Goleiro: Everson (Galo)
LD: Mayke (Palmeiras)
ZG: Murilo (Palmeiras)
ZG: Adryelson (Botafogo)
LE: Piquerez (Palmeiras)
MC: Zé Rafael (Palmeiras)
MC: Villasanti (Grêmio)
MC: Raphael Veiga (Palmeiras)
PE: Paulinho (Atlético)
ATA: Luis Suárez (Grêmio)
PD: Endrick (Palmeiras)
TEC: Abel Ferreira (Palmeiras).